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A população portuguesa continua a ser mais conservadora na utilização do comércio eletrônico do que o restante dos países europeus. Você sabia que 68% dos portugueses nunca fizeram compras online? Essa estatística surpreendente de compra pela internet foi revelada em um estudo recente realizado pelo Observador Cetelem.

Isso significa que há quase 7 milhões de portugueses que poderiam estar comprando produtos pela internet, mas não o fazem. Essa é uma realidade bem diferente daquela que temos por aqui no Brasil e em países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e muitos outros.

Mas, por que será que isso acontece em Portugal? Uma das razões está no fato do país apresentar uma população mais envelhecida. Para ter uma ideia do cenário deste mercado consumidor, há quase 4 mil portugueses com mais de 100 anos. Isso sem mencionar o pouco acesso à tecnologia, em especial para aqueles que residem fora dos grandes centros urbanos, onde a cobertura de internet é muito mais limitada.

Em entrevista exclusiva para o blog Dr. E-commerce, o português Luciano Larrossa, especialista em mídias sociais, comentou sobre o resultado da pesquisa. “Já sabia que os números eram altos, mas não tinha ideia que eram tanto. O português é mais conservador. Gosta de ver os produtos, ter contato com a pessoa. Além disso, não podemos esquecer que Portugal é um país pequeno. Então, se eu quiser comprar algo, muitas vezes viajo meia hora, no máximo, uma hora de carro. Não é como no Brasil, então o e-commerce acaba não fazendo sentido em algumas áreas de negócio por conta do tamanho do país”, destaca.

Por outro lado, a pesquisa também revela que a geração dos chamados millennials (entre 16 e 30 anos) vai representar 47% da população ativa na Europa, incluindo Portugal, em 2025. Dados divulgados no Portugal Digital Summit revelam que mais de metade (56%) dos millennials portugueses usam o smartphone para comprar online. E quase 9 em cada 10 (87%) fazem compras em sites estrangeiros, com a China liderando o ranking, como destaque para o AliExpress.

Para Luciano Larrossa, esses números são um sinal verde para empreendedores, como os de e-commerce, prestarem mais atenção ao mercado português e investirem nesse público-alvo. “A tendência é sempre aumentar as vendas. Podemos ver esses números de duas formas: A primeira é que é um mercado que não vale a pena. A segunda, é ver esses números e pensar que bom que ainda temos muito mercado por explorar! Eu prefiro ver da segunda forma”.

Entre os produtos mais comprados pelos portugueses em sites de e-commerce estão vestuário com 49,6%, seguido por equipamentos móveis e acessórios (47,8%), equipamentos de informática (35,1%), livros (30,6%), artigos para o lar (28,1%), perfumaria e cosmética (26,0%), eletrodomésticos (13,9%) e artigos para bebês (12,2%). Os produtos alimentares, filmes, CD’s, softwares, jornais e revistas são responsáveis por apenas 11,8%, 8,5% e 4,9%, respectivamente, das compras realizadas pela web.

O CEO da Chronopost, Olivier Establet, responsável pela pesquisa, revelou ainda que o processo de devolução complicado e os longos prazos de entrega são os fatores que mais contribuem para a desistência na hora das compras online.

É notório que Portugal possui desafios muito parecidos com os que vimos aqui no Brasil há alguns anos. As marcas locais não conseguem competir com outras da União Europeia. É preciso acontecer uma mudança de pensamento e de prioridades para acelerar esse cenário. As empresas portuguesas que não se convencerem disso ficarão para trás e continuarão perdendo clientes para as lojas físicas e as empresas estrangeiras.

“O problema dos empreendedores em Portugal muitas vezes está relacionado com o marketing. As empresas aqui inovam muito pouco e não têm tanta criatividade como no Brasil. Uma empresa que entre com um posicionamento forte e com uma marca criativa, pode funcionar muito bem. Obviamente, é necessário levar em conta o número de pessoas. Portugal tem 10 milhões de habitantes. Mas o país tem outro “problema”: como o inglês é uma língua que praticamente todos falam, o mercado português tem uma forte concorrência de outros mercados, como o inglês ou até mesmo o americano. Um português normal não tem qualquer dificuldade em comprar na Amazon.co.uk, por exemplo. Então, o preço não vai ser um fator tão diferenciador. As marcas portuguesas precisam focar na personalização, na capacidade de darem um atendimento diferenciado e com influenciadores locais. Isso é algo que uma Amazon não consegue concorrer”, ressalta Luciano Larrossa.

Desta maneira, conseguimos fazer um paralelo com o que aconteceu no Brasil em meados dos anos 2000, onde o e-commerce desafiava a compra física e criou estratégias para compensar isso, como prazos de entregas mais rápidos, grandes parcelamentos, descontos à vista e segmentação de clientes.

Apesar da população portuguesa ser mais velha, vimos no último Webshoppers da Ebit que as pessoas com faixa etária entre 35 a 49 anos ganharam participação e os acima de 49 continuam bem representados. Eles estão convergindo para o online pela praticidade e acreditamos que esse seja um dos impulsos motivadores para Portugal.

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